quinta-feira, 21 de março de 2013

[Contagem regressiva: 8] Comida!!!

Galera me entreguei para a comida, me joguei.

Apesar de as diferenças alimenti'cias serem menores do que eu estava esperando, invarialmente tive uma mudança nos meus habitos alimentares.

Nos tres primeiros meses aqui, engordei  X kilos (vou fazer a charmosa, ok, foram 5). Nos meses seguintes tentei perde-los, sem sucesso, nao enordava e nem emagrecia. Com a proximidade do meu retorno para o Brasil, eu chutei o balde e decidi aproveitar sem culpa as delicias que os supermercados baratex me oferencem.

Para começar eu descobri que aquelas coisas que no Brasil parecem terriveis, nem sao tanto. E algumas sao mesmo boas. To falando do Chucrute, do joelho de porco e das linguiças. Descobri que nem todas sao tão nojentas como morcilha preta parece ser.

Agora vou fazer uma lista das minhas novas paixoes (os culpados por agora minhas curvas serem convexas ao inves de concavas - sim 100% das pessoas que eu converso aqui sao doutorandas em fi'sica)

Kaesespaetze: e' algo entre o nhoque e a macarronada, uma massa gordinha e acho que eh de batata. O preparo tradicional eh com bacon e cebola frita.

Flammkuchen: assim como o anterior, e' tipo da suabia, regiao sul da Alemanha. Na verdade, eh uma versao pizza do Spaetze (mas se chama de pizza, os alemaes ficam brabos). Eh uma massa fininha com um molho de queijo com cebola e bacon por cima.

Cerveja: Sim, agora eu mando meio litro na hora do almoço. Sim, isso pra mim era muito.

Vinhos: seus lindos, seus baratos. Comprar vinho frances delicioso por menos de R$ 5 faz qualquer um se entregar, neh?

Kebab: lanche turco, carne, molho, salada e pao. Falei dele aqui: http://fantasticomundodenatalia.blogspot.de/2012/08/hoje-almocei-no-turco.html

Chocolates: me apaixonei pelo Twix e pelo Vollnuss, como o nome fala, tem avelas inteiros no meio. Yummi.

Creminho tipo Danete: baratex, vale menos que o casco de uma garrafa pet. Nao tem como dizer nao.

Iogurte tipo danoninho em potinhos de 250g. Autoexplicativo.

Queijos de todos os tipos e nacionalidades e igualmente baratex. Para eles comprar queijo de cabra 'e a mesma coisa que a gente pedir 200g de mussarela.

Muffin Maravilha. Esse e' o nome que eu dei para o bolinho de Blaubeere, uma frutinha roxinha, com mandel, um tipo de noz, e bolinhas de acuçar por cima. Delicia.

Poderia ficar aqui escrevendo horas e horas, mas isso jah ta' me dando fome.


[Contagem regressiva: 9] Agora sou uma viajante


Como a Europa e' pequeninha - pelo menos para no's brasileiros, ja' que o continente e' menor que o Brasil - eu pude viajar bastante, e em menos de 400 Km ja' estava em outro pai's.

Ale'm disso a existencia de empresas aereas de baixo custo me permitiu conhecer lugares fantasticos, que moravam na minha imaginaçao graças a filmes e livros.

Acho que eu fui a mais museus do que tinha ido na minha vida toda. Vi tantas obras, que cheguei a ter uma overdose de museu. Por uns tres meses, nao quis saber desse tipo de passeio.

Aprendi que as co'pias podem ser mais bonitas que o original. Nao, nao estou falando de uma Louis Vuitton, estou falando de castelos. Fui a varios deles que foram inspirados em Versaiiles. E quando finalmente conheci o dito cujo, achei sem gracinha. (na minha opiniao o mais lindo e' o de Ludwigsburg).

Conheci de pertinho no Mercedes-Bens Museum e no Porsche Museum a historia da invençao dos carros. Ja' posso dizer se o banco de um Porsche eou de um Mercedes e' confortavel. Ta' certo que esse ultimo era o caminhao do lixo, mas ok.

Me solidarizei com a historia tristinha do Van Gogh ( aprendi que se pronuncia algo perto de Fan Ro'r). Me apaixonei por Monet e seus amiguinhos. Ainda nao decidi se gosto de Picasso. Eu quero algo mais legal, eu quero 'e Dali, porque Dali e' surreal... opa, sem gaiola das cabeçudas nsse post.

Vi uma estatua do Goethe.

No setor antiguidade, vi mumias, predios, paredes inteiras roubadas a milhares de kilometros. Sim, em muitos museus o pensamento que nos assola nao e' "uau, como e' lindo" e sim "uau, como trouxeram isso para ca'". O maior, literalmente, exemplo disso e' o Pergamon Museum em Berlin.

Visitamos igrejas de  todos os tamanhos, estilos e religioes. E realmente, nao sei dizer qual foi a mais linda. Nem um top 5 me arrisco a fazer.

De todos as coisas que nossas viagem nos proporcionaram, as que mais me impressionaram sao:

* O predio Parlamento Alemao (Reichstag) e sua cupula linda! Quando eu estudava alemao ainda no Brasil, usava um livro com uma foto de lah na capa. Acho que isso me marcou e entrar la' foi um sonho.

* A Torre da Igreja de Ulm. E' a torre de igreja mais alta do mundo, e subir suas escadas e' um jogo contra o medo e a desistencia.

* O Museu do Louvre. Ok, cliche, mas indiscutivelmente lindo.

* O Jardim Keukenhof, na Holanda. Gigante, lindo, ja' nao sabia mais como ver tanta beleza.




**** p.s.: os acentos estao todos malucos pois o teclado esta' desconfigurado.

terça-feira, 19 de março de 2013

[Contagem regressiva: 10] Stuttgart, meu amor em números

Esse post faz parte da contagem regressiva para me despedir de Stuttgart.


Até o Rafael me falar na possibilidade de vir estudar e morar aqui eu nunca tinha ouvido falar nessa cidade. Com um pouquinho de pesquisa, vi que seria uma boa ideia. Dois anos depois, quando viemos de mala e cuia (mentira, a cuia veio pelo correio depois), em pouco tempo me apaixonei.

Enquanto moramos na nossa terra natal não temos o costume de pensar sobre 'morabilidade' e o que faz de uma região boa ou ruim para os habitantes. Ao mudarmos de cidade, principalmente para fora do país, essas questões ficam mais latentes e começam a fazer parte do nosso dia a dia.

Assim, apesar de especialista em Administração Pública e Gerência de Cidades, e durante o curso ter estudado como se forma um bom munícipio, foi aqui que a palavra 'morabilidade' começou a fazer sentido para mim.

Vamos aos fatos:
* Foi aqui que o carro foi inventado por Gottlieb Daimler (não, ele não se chamava Mercedes. Aliás, ninguém da família dele). A fábrica e o museu ainda são aqui. Esse fato marcou e mudou a forma de vida e produção da sociedade.

* A Porsche também é daqui. Assim como a Bosch e a Kärcher

* a cidade está em 30º lugar no ranking mundial das melhores cidades para morar. (Ranking Mercer). Para questão de comparação, o município brasileiro melhor colocado é Brasilia, em 104º.

* A renda per capita (em 2008 - não achei dados atuais) é 4000 euros.

* Aqui acontecem a maior festa da primavera do mundo e a segunda maior festa da cerveja (a primeira colocada, claro, é a Oktoberfest em München).

*Ainda assim, a principel bebida da região é o vinho. Para qualquer monanha que se olhe, mesmo no centro, se vê um vinhedo.

* Tem água mineral de graça em bebedouros na rua em para encher sua garrafinha. Se me perguntarem acho o gosto horrível, mas é uma água muito saudável.

* Foi contruído aqui o primeiro túnel urbano do mundo e a primeira torre de TV em concreto.

*  SEMELHANÇA COM PELOTAS: a Königstrasse, seu calçadão, é o maior da Europa, sendo considerado um shopping a céu aberto.

* Recebe um dos maiores festivais de cinema de animação do mundo.

* Mesmo sendo uma cidade MUITO industrializada, conta com imensas áreas verdes. Partindo da praça principal, um parque se extende por mais de 5 Km.

* Falando nessa praça, ao seu redor estão localizados dois castelos: o Altes Schloss, cujo início da contrução data do século XI e o Neues Schloss, novinho, de 1700 e alguma coisa.

* Durante Segunda Guerra, 142.000 bombas foram lanças sobre a cidades, causando a destruição de 39125 prédios, incluindo todas as fábricas da Daimler (Mercedes) e da Porsche.

Hoje a cidade é a coisa mais lindinha do mundo, mostrando a grande força que teve ao se reerguer.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Sobre voltar para casa

Ir morar num outro país é um eterno abrir mão
Você deixa tudo para trás quando vai
e você deixa tudo para trás antes de voltar
Na ida, vai abraçar o novo
Na volta, reabraçará o velho.

Não devemos nos iludir,
o novo nem sempre é bom
e o velho não é mais o mesmo.


Esse poeminha foi para entrar no assunto voltar para casa. Está chegando ao fim o nosso ano na Alemanha e estamos empacotando. Tudo de novo, novas coisas, mesmos dilemas.

Hoje sou uma pessoa diferente da que era um ano atrás. Todos somos. Nós estamos sempre em mutação, e existem experiências que acentuam esse processo. Morar em um país distante, com um idioma distante é um a dessas experiências. Conhecer outros seis países e suas culturas também (mesmo que isso seja feito em apenas quatro dias nas suas capitais). Mas no fim é o tempo nos muda não nosso localização geográfica.

O que vivemos aqui foi lindo e rico. Muitas vezes, foi difícil, chato ou dolorido. Afinal, a vida é a mesma em qualquer lugar. Apesar disso, eu vou sentir falta de cada segundo.

Por conta disso, estou apegada a coisinhas pequeninas, como o ticket do ônibus, o mapa do metrô, a carteirinha da biblioteca. Não sei se eu tenho medo de esquecer ou se é porque isso tudo me representa, me lembra de quem em sou.


Como a Bones diria "é simbólico, em algumas culturas, as pessoas guardam tranqueiras para externar quem (acham que) são".
E assim eu sou, alguém que nem sabe se ainda sabe digirir, que adora andar de ônibus, que leva suas sacolas de pano para o mercado, visita a feirinha de usados, mergulha e acha coisa boa na liquidação. Alguém que vai a museus e menos de uma hora depois já está entediada fazendo piada com as obras, que sabe o poder alegrador (isso é uma palavra?) de um Coffee to go, que adora fotografar, mas tem preguiça de fazer bem feito. Essa sou eu, e o Rafael já me chamou de hipster por isso.

Voltando para o problema inicial: como empacotar isso tudo? Como me convencer que não cabe tudo nas minhas malas e devo deixar alguma coisa? Como me convencer, então, a pagar 150 EUROS para levar mais 12 kilos de bugiganga?