sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Oração da Serenidade



Olá!
Como vocês devem saber, eu não sou uma pessoa religiosa e mística -  o  que não me impede de conhecer, estudar e analisar ritos, crenças e orações.
Outro dia, assistindo um episódio do seriado americano Brother & Sisters, conheci uma parte da Oração da Serenidade e eu gostaria de conversar, frase a frase, sobre a parte que me tocou (no final do texto, tem toda a oração)



Dai-me , Senhor,
Introdução que para mim e demais não-crentes pode ser traduzida com ‘gostaria de ter’, ‘quero evoluir a ponto de conseguir’. Para os que acreditam, a expressão ‘dai-me, senhor’ é muito poderosa, é uma frase de ligação com um ser superior, talvez uma humilde aceitação de nossa pequenez. Ah, os místicos e não religiosos podem entender como uma ligação com a energia da natureza, da vida que nos move.



a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar
Nossa, difícil entender a extensão dessa frase na nossa vida e ao mesmo tempo, fácil de encontrar exemplos cotidianos. A todo tempo estamos nos estressando com coisas que não podemos mudar, coisas externas a nós que, ou continuamos o resto da vida permitindo que nos atinja, ou aceitamos como a parte ruim da vida e não nos contagiamos, exemplo: trânsito, corrupção dos políticos, relações com familiares, vizinhos e chefes. Permitam-me fazer um esclarecimento aqui: não me critiquem nesse momento sem ler até o final do texto, não estou aclamando o comodismo, por favor, sigam a leitura até o final antes de tirarem suas conclusões, e se for o caso, me critiquem.
Existem pessoas nas nossas vidas que sempre farão parte da nossa vida, são nossos familiares e parentes como tios, avós, primos. E assim, também a família de nosso cônjuge. Já que não podemos modificá-los, seguidamente é mais produtivo relevá-los do que ficar de picuinha, estragando nossos almoços de domingo. Além dessas pessoas, há aquelas que mesmo havendo a possibilidade de deixarmos de vê-las para sempre, há coisas maiores que nos impedem. Às vezes, nosso emprego é ótimo, exceto por um chefe ou um colega, gostamos do que fazemos, dos nossos clientes, da nossa remuneração, menos de uma ou duas pessoas. Com vizinhos é a mesma coisa, nossa casa é linda, é num bairro bem localizado, tem tudo perto, inclusive o mala do vizinho. Vale mesmo a pena brigar com o vizinho e estragar o clima bom que envolve nossa casa? Vale a pena se mudar?
Para complementar, infelizmente, hoje em dia, tomamos o conhecimento de muitas coisas ruins que acontecem no mundo, que sempre aconteceram, mas apenas hoje somos imersos nesse tipo de notícia. Eu me refiro aquelas denúncias de estupro de bebês, tráfico humano,etc,  às vezes é um país distante ou outra situação na qual pouco podemos fazer para ajudar, mas nós ficamos na frente da TV absorvendo toda aquela energia negativa, todo aquele ‘climão’. Não precisamos e não podemos fazer isso conosco. Mais importante que cultivar a energia positiva é não deixar a energia negativa entrar!

coragem para modificar as que eu posso
Frequentemente, o processo de mudança em si é tão penoso,  que apesar vislumbramos águas calmas num futuro, preferimos ficar numa situação entristecedora. Vocês devem estar se  lembrando de amigos ou amigas sobre os quais a gente pensa ‘por que fulana não se separa?’, ‘por que não denuncia o chefe?’, ou “por que ainda não largou a faculdade?’.  
É simples, ainda não fizeram porque é muito  doloroso o processo de separação, ainda mais com crianças pequenas, pior se tem novos cônjuges envolvidos. Igualmente dificil é o processo judicial contra assédio moral, o medo do abalo que isso pode dar na carreira, o medo do rótulo dos colegas. E contar para os pais que aquele curso que era nosso sonho agora é nosso pesadelo também não pode entrar na listas de coisas mais fáceis do mundo.
Nessas situações, não podemos nos perder olhando para trás pensando ‘olha quanta coisa eu abri mão para isso funcionar’, temos de pensar sempre no futuro e presente, que será o passado do nosso futuro, e ter em mente  ‘olha quanta coisa nova eu deixarei de experimentar para continuar nesse poço sem fundo’

sabedoria para distinguir uma da outra
A mais importante de todas: saber quando é hora de aceitar a situação e relaxar e ver quando é hora de encher o peito de ar e enfrentar o mundo para fazer a mudança necessária. É hora do lutar ou fugir, temos que ver quando chegou o fundo do poço e não há mais chance para o casamento e quando ainda há esperanças numa conversa. Temos que enfrentar nossos sentimentos, assumir para nós coisas que talvez nos envergonhe. Temos que assumir que erramos e que caminho pelo qual tanto lutamos não está certo. A questão aqui nesse momento, não é o que queremos, é o que há possibilidades reais de acontecer. Não importa querermos muito sermos felizes com nosso marido, mas ele é um alcoolista que se nega tratamento. Ou então, queremos um novo emprego, mas não queremos passar pelo processo seletivo nem nos atualizar na carreira. Temos de ser realistas, mesmo que isso signifique, mudar nossa rotina, seja abrindo mão de algumas atividades ou pondo mais energia em uma para funcionar.

E você, já teve de desistir de alguma coisa pela qual lutou muito?
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Abaixo segue o texto completo

Dai-me , Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar as que eu posso e sabedoria para distinguir uma da outra – vivendo um dia de cada vez, desfrutando um momento de cada vez, aceitando as dificuldades como um caminho para alcançar a paz, considerando o mundo pecador como ele é, e não como gostaria que ele fosse, confiando em Deus para endireitar todas as coisas para que eu possa ser moderadamente feliz nesta vida e sumamente feliz contigo na eternidade.